15/06/2020


O sono ainda me assusta
Não, não é necessariamente o sono mas são os sonhos
Que são tão confusos quanto a geopolítica atual
E que por vezes me roubam a paz
E noutras me fazem voar, compôr música, nadar, lidar com gente…coisas que eu não sei como se faz

O sol ainda me assusta
Assusta e doira
E me engole e me deixa prata
Tipo uma lua
Mas eu não sou a lua, apesar de ser aluado
Ou seria eu um lunático?
Não sei, vocês que são doutos que se virem com a semântica

O céu ainda me assusta, assusta e inspira
E não é um céu por vir e para além da vida
É o céu da coruja e das andorinhas
O céu das estrelas peregrinas
e das que são fixas
Se bem que…me disseram que na verdade todas giram, ou seria orbitam?
Sei lá, vocês que são doutos que se entendam com a astronomia

E a noite, ah, essa já não me assusta
Sei que ela é mãe e preta
E vem depois que o sol se cansa e se deita e para de me doirar e o céu se veste de gala

E o sono?
Ah o sono, deixa ele descansar porque a lua-irmã agora me chama e me quer alumiar, e tenho a noite toda pra brincar de sonhar