Memórias roubadas dos estrangeiros

Homens hirsutos desembracaram;

Desembainharam seus falos,

ungidos com azeite.

Que comecem a caçada!

Desbravem a terra estrangeira,

Espalhem a semente bastarda.

Ouçam, é o canto de Nanã;

Convite para as águas lodosas.

Deixa que charfudem,

Não conhecem a profundeza dos mistérios;

Entram e saem

E continuam maculados.

No ventre fértil

Plantam o etos do futuro.

Ouve, ecoam cantos de guerra,

ladainhas, banzo.

Vem, oh Mãe gentil,

Dá-nos tuas tetas;

Deixa que te roubemos a mocidade.

Cheguem todos, desflore-mo-la sob o lábaro estrelado.

Quem é vivo sempre retorna

https://www.recantodasletras.com.br/autores/LuizESF

Vou me embora pra outra terra, viu plantar meu baobá

Tô sem tempo pra tuas asneiras, pros seus blá-blá-blá

Sem paciência pra tuas picuinhas, pra tuas atitudes mesquinhas, o tempo agora é de amar

Eu tô com foco na ciência, valorizando quem tem sapiência e sem tempo pra palrar

Vou me embora desse clima tenso, desse lugar que não vento, desse tempo que toda hora quer virar

E quando lá chegar vou plantar também palmeiras, mangueiras e jequitibás

E vai ser lá onde o sol não se falseia, onde quando chove é pra alagar

Eu quero as sombras que se esteiam e as trepadeiras que sombreiam, e um rio pra refrescar

Plantarei ainda mais roseira, bananeiras, emburanas e girassóis pros mangangás

O que me segura aqui? Me deixe ir que aqui não é meu lugar

E deixo aqui uma verdade: quem veio sempre retorna e quem vai nem sempre quer voltar

É tempo de esperançar

Digo pra vocês que fizeram pacto com a morte , lançaram as sortes, que a roda não parou de girar

Assim como a Terra , rotunda , rodando , rodando…num espaço sem par; confundindo os tolos, derrubando os santos do pau oco, os que não sabem girar

Vocês verão o quanto é forte a pulsão de vida e como ela encontra saídas em meio do seu odiar

Ah, e como a vida brilha pois é feita de gente, e como diz Érika Hilton “Gente é pra brilhar “

Sim, a esperança tá voltando , quente, queimando, reluzente feito o sol do nordeste, girando como um pulsar; ela surge em forma estrela, veja , ele vem pra iluminar, vem trazer luz para todos, chega de engodos e de falsos messias que só sabem palrar

A esperança quer comida no prato de todos, todas, todes, sem estratificar, e quer um Brasil (com S) do qual possamos nos orgulhar

Vejam a esperança no horizonte , vindo em forma de estrela, vermelha como o sangue que corre nas nossas veias e o qual não se deve derramar

E é uma estrela quente, reluzente , atraente como um magnetar; é uma gigante vermelha, com sua radiação benéfica que tudo permeia e nos esperançar

E a estrela lança luz à outras cores, lhes dá possiblidade de vida, a possibilidade de continuar; olhe como o verde da floresta fica em festa quando o reflexo em suas folhas não é da labareda, quando o calor não lhe faz queimar

E quanto a vocês que lançaram as sortes, fizeram pacto com a morte e flertaram com o lado de lá: entendam que pra todos é igual a colheita e que semeadura não se faz com ódio e pesar

Vejam, não tem dilema de cores, escolha de dores para se acolher e outras rejeitar, não tem existências prioritárias enquanto a vida tá ficando precária do lado de cá

Meu coração vermelho quer bater de felicidade e não de ansiedade e de medo de parar, ele quer ser de todas as cores que o arco-íris possa prismar e quer que o seu também o seja esteja pois é tempo de unificar

O Brasil (com S) é gigante , tem Norte, Sul , Leste , Oeste, e entre estes outros pontos cardeais; tem cidade e campo, esquinas e encruzilhadas e muitas direções a tomar; seja esquerda ou seja direita mas não seja um coração infame que se espelha num “homem” que imita alguém morrendo com falta de ar

Vocês, que arriscaram a sorte, entendam que não se faz política com ódio, mortes, armas, gente fantasiada e desejo de o outro eliminar; não é sobre amar a todos incondicionalmente mas sim aceitar a existência de quem não se pode amar

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